segunda-feira, 31 de julho de 2017

Amparará




Era como uma doce melodia tocada
Em finas canções de prazer
Era como abraçar uma nuvem
Que se roça no colo a dizer
Uma notícia sempre nova
Uma decisão sempre a percorrer

Era como ler mililetras
Era como saborear o querer
Era como desvendar o mistério
E o saber
Do gostar, não gostar ou querer

É a todo instante fino e culto
Preza na mais singela certeza de ter
O que mais se teme a perca
O que nada pode pô-la a perder

Eu poderia ouvir o seu pranto
Eu poderia ouvir seu argumento
“Quem é que narra sua morte?”
“Que lhe basta ao descontentamento”
És inteira em desconcerto
Não pensa ao menos a metade
“Não conhece o que é discernimento”

O Que eu fui então, na vida?
O que eu poderei ainda ser?
Apaixonável irritante melodia
Guardada na gaveta há um dia perceber?

O que eu fizera por você
Além de te escrever: cartaz jamais lidas
Além de participar da sua vida
Além de existir apenas para você!

O que me vale respirar todos os dias?
O ar que eu compartilho com você
Amores redescobertos
Amizades escondidas
Tudo aquilo que um dia eu posso ser...

Nada além da minha lembrança ficará
O que vem depois o Universo? O Paraíso? A Salvação?
Deus mais perto de mim?
Não sei, sempre estive perto de Deus
O que realmente irá ficar por aqui?
Essa passagem se repetirá?
Quem eu deixar feliz ficará?

Viva! Aquieta-te sublime! A vida vem e verás
Trata de viver o instante
As possibilidades á se multiplicar...

Tomara que um dia eu viva
Eternamente nos corações que eu pude passar
E que algum dia se entendam, os mistérios tão apaixonantes...
Entre a Terra e o Céu a nos amparar!!


REBELO, Clarice. Poemas Descritivos. Guarulhos: José Maria Editores, 2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Vida

Tranquilo eu sigo contigo meu destemido coração. De tudo o que foi vivido sei que nada foi em vão. Por tudo agradeço em co...