sexta-feira, 14 de julho de 2017

Adereço

Adereço

Não sou quase nada eterno
pois pertenço a um mundo perecível
Desconheço
qualquer intenção de infinitude
pois eu sou imenso e meu mundo é incompreensível


Sou apenas a memória do que é terno
e sem esperança de te arrancar suspiros de desespero
Eu sou apenas o que eu vejo
um amontoado de adereços
pois debaixo disso
você só encontra a mim mesmo

Sou apenas o que eu não percebo
pois de minhas qualidades eu esqueço
Vamos contemplar o erro
nas idas e vindas
de uma carcaça
e desespero
aflição e inquietude
preciso resolver agora mesmo
decidir ao que pertenço
e o que é segredo

Expandir meu universo inexpressível
e refleti-lo
 no brilho dos sonhos

Mas espero que a poesia
nos seus olhos
não te distraia dos seus mistérios
e que lhe ocorra
algum dia
resolve-los


CRR7

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