quinta-feira, 13 de julho de 2017

A Fronteira na Janela

A Fronteira na Janela

Estou em casa
da janela nada vejo
apenas um opaco e
escuro fundo
de uma noite sem desejo

Da janela nada vejo
respingam pensamentos
e rebatem como interrogações

Estou presa no meu
próprio mar
sem interlocuções

Na janela brotou um desejo
apenas a noite
azul escura
esperando ser desvendada
apenas escondia
uma intrigante Lua
que não
permite ser
encontrada

Da janela eu não
esqueço
porque nela habita um medo
um abismo
ambíguo e profundo
refletido em si mesmo

Se for como um
fundo opaco ele cruelmente
me limita ao meu quarto

Se for a noite infinita
nela eu caio
e divago
sinto medo
do desconhecido
do que pode vir e me ferir
ou me expor
se for o limite
a fronteira entre
o eu e o infinito
estou presa
à mim mesma
e aos questionamentos
inerentes
da minha alma distraída.

Caio em um autoabismo
um mar de interrogações
sem interlocuções

Não!

Prefiro a noite penetrável
onde eu possa dialogar
com as estrelas
mostrar a cara
e as minhas incertezas

E que o desconhecido
venha e eu saiba reconhecer
sua beleza

Quem sabe a Lua aparece
pra iluminar
a noite certa

Quem sabe
o brilho do universo
não me enconraja a voltar para
mim

E me fazer despedir
dos medos dos limites
que existem
em qualquer fronteira
mesmo que
a maior delas seja
entre o meu próprio ser
e eu mesma.


CRR7


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