Fantasma

As vezes eu me sinto

Como um fantasma

Preso numa órbita terrestre

Prendo-me a mim mesma

Prendo-me às minhas preces!

Vivo do meu horizonte incerto

Vejo a meia-luz guiar os outros

Enquanto os vivos me fazem pertencente

Ao atual conjunto pré-matéria.

Prefiro ser o atual condescendente

Do que taxado de assombração na Nova Era!

Enquanto amar for alienígena

Sentir for esquizofrênico

E caridade for crucificação

Emprego a mim

O título de fantasma deste mundo

Atuando pra sanar sua missão!

Como uma Bolha de Ar

Perdida e ao mesmo tempo encontrada.

Mil idéias na cabeça, mas sem pensar em mais nada.

Se sente sem peso, sem massa, sem nada,

mas cheia de ar!

Ultrapassando os campos sólidos da vida e da matéria

chega próximo a estratosfera

ultrapassando o cosmos

e o alcance do ar

renova-se, recicla-se, reconstrói-se.

Reencontra-se identifica-se

como membro solar

como filho parente, como corpo condizente

transporte para “energizar.”

Retornando à Terra, toca o Ozônio

até chegar ao Mar

encontra-se novamente com o Sol

e consigo mesma

como um complexo de ar

invisível mais sem deixar de “energizar”!

REBELO, Clarice. Poemas Descritivos. Guarulhos: José Maria Editores, 2009

Lua

Vívido arcanjo

Singelo e intrépido

Veste o fino branco

Solitário e quieto!

Astro inspiração

Dos mares maestro

Companheiro do coração

Singelo astro deserto!

Feito das elucubrações

Poéticas mais profundas

Companheiro das estrelas

Proféticas, oriundas!

Banhado pelo Sol

Astro-Rei

És Astro-Rainha

Mãe da Lei

És fêmea de natureza

Filha dos Deuses

Dos céus Cosmos Luar

És rainha da beleza

Dos astrólogos e do mar

Amparadora dos anjos

És fibra, és fera

Mãe dos arcanjos

És a mãe da Nova Era

És lúcida Lua

de natureza mais profunda

Mãe dos céus

E das certezas mais fundas

Ès viva e imaculada

Senhora dos céus

E das certezas

És lua esmeralda Branca

Rainha da mais pura beleza!

REBELO, Clarice. Poemas Descritivos. Guarulhos: José Maria Editores, 2009